Eis mais uma saga.

Depois de tanto tempo com a mesma pessoa, acho que a gente se desacostuma a se relacionar com outras pessoas.

Nunca fiquei muito tempo solteira, sempre gostei de ter alguém comigo. Acho que sou uma pessoa naturalmente carente (rs), mas não que eu procure alguém assim que fico solteira, as coisas acontecem e quando percebo já estou envolvida. Meu primeiro namorado foi aos 13 anos e desde então já se foram seis (sendo os mais longos de 2 anos, outro de 2 anos e meio e outro de 8 anos). Ou seja, já tô nessa vida há 14 anos, talvez aí esteja mais uma saga da minha vida. Não consigo controlar o que sinto e muito menos a intensidade que a coisa vem, quando gosto de alguém, gosto de verdade. Desde que terminei meu último namoro, decidi me dar um tempo. Curtir, ou pelo menos tentar, um pouco essa vida tão pouco explorada: a de solteira. Entrei no mundo dos aplicativos de relacionamento, o que me rendeu boas conversas, risadas, amigos e um… namorado.
Sim! Mais uma vez as coisas aconteceram sem eu perceber ou planejar. 

Minha terapeuta me ajudou bastante nessa aceitação, porque como de praxe, problematizei um pouco (sou expert em auto-sabotagem rs). Passei pelo menos umas duas semana negando isso o que sentia. Como assim eu já ia me relacionar sério com alguém? Eu achava que pra eu ser feliz, precisaria ficar sozinha, conhecendo mais e mais pessoas, sem apego emocional.

Vou abrir um parênteses pra explicar sobre como esse processo do término do último namoro afetou minha auto-estima. Ela nunca foi lá essas coisas e não é que meu ex me achasse horrorosa (pelo menos eu acho que não! rs brincadeira), mas eu acabei me afundando num poço de desleixo, desânimo e auto-crítica. Engordei bastante, não gostava de me arrumar pra sair, não gostava de sair. Isso tudo ajudou a deixar minha auto-estima bem baixa, então foi preciso um processo puxado tanto com a terapia como com os amigos também (minha amiga, Priscila, me ajudou DEMAIS nesse processo e hoje sou completamente agradecida a ela). Comecei a me cuidar, sair com meus amigos com frequência, dar as caras nos médicos que não me viam há um tempo, me arrumar mais, ir atrás de coisas que sempre me incomodaram e que eu nunca tive ânimo de procurar o que fazer pra melhorar. Enfim, foi um processo delicioso que sou grata até hoje.

Voltando lá em cima, isso tudo me mostrou que de fato eu preciso ser feliz sozinha, só que não precisa ser no sentido literal da palavra, mas sim saber ser feliz comigo mesma, independente de estar com alguém ou não. E desde então penso nisso todos os dias, me pergunto isso todos os dias. A felicidade tá dentro de mim e de mais ninguém. Culpar o outro pelo o que tô sentindo é injusto com ele e comigo. E isso inclui tanto o amor, a tristeza, o ódio, o sentimento que for. Um dia de cada vez, vou me conhecendo melhor, conhecendo minhas necessidades e como tentar melhorar o jeito como lido com os outros e principalmente comigo mesma. Agora fazendo uma conexão mais clara, a minha carência é um dos sentimentos que mais tenho dificuldade em controlar. A gente precisa reaprender a se relacionar depois de tanto tempo com uma pessoa, depois de tantos anos de “dependência” amorosa (como mencionei que tínhamos virado uma coisa só). E mais uma vez é um aprendizado diário, onde tem dias que são mais fáceis e outros não. 

engole teu coração

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